segunda-feira, 19 de março de 2012

Já na porta de saída da Guatemala

Bom pessoal, foi muito bom compartilhar essa quase 1 ano de vida na Guatemala com vocês, mas agora chegou ao fim. Amanhã as 7 da manhã volto pro Brasil e deixo pra trás muitos amigos, muitas crianças e famílias lindas e muita pobreza e sofrimento. Comigo eu levo um lindas lembranças e uma mala cheia de presentes que eu ganhei.

As amigas que eu fiz aqui, a maioria que trabalhou comigo na ONG, vão ficar para sempre no meu coração. Só quem já morou fora sabe como os amigos que você faz viram sua família e deixá-los é como deixar um membro da sua vida que provavelmente você nunca mais vai ver. Mas é bom saber que as pessoas estão tristes com a minha ida, significa que eu fui importante pra elas também.

Mas o que dói mesmo é que depois de 1 ano, o trabalho que eu fiz aqui fez tão pouca diferença. Eu ajudei algumas famílias, é verdade, mas o país está numa situação de pobreza e desnutrição comparável à situação de muitos países da África. E para a população indígena as perspectivas são ainda piores.

Depois da guerra, os Maias foram "jogados" dentro de uma economia capitalista que eles não conheciam. Suas terras foram tomadas e a economia de subsistência deixou de ser uma possibilidade. Agora eles precisam conseguir dinheiro para comprar as terras que um dia foram deles e para comprar comida que eles mesmo plantam, mas que pertence a outra pessoa.

A economia não gira porque não existe trabalho e porque a população indígena nunca aprendeu a gerenciar qualquer tipo de negócio. E o governo é corrupto e não apoia a população mais necessitada. Me deixa muito triste não conseguir enxergar uma solução para a Guatemala.

E termino esse post com um dilema que não sai da minha cabeça: Como ajudar os Maias a fazerem parte da economia e a ganhar dinheiro suficiente para seu sustento e ao mesmo tempo preservar essa cultura tão rica?

Infelizmente o sentimento que eu tenho agora é de impotência, de não poder fazer nada para ajudar.

Espero vê-los em breve no Brasil!

Beijo
Dina

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