Mais algumas fotos e coisas!

Olá pessoal, por aqui continua tudo bem.

Hoje não teve luz o dia inteiro, estavam fazendo uns consertos, então fomos para o depósito, onde ficam todas as doações, pra organizar as coisas... foi um exaustivo, eu tô toda dolorida, mas foi bom, a coisa tava uma bagunça.
Daqui a pouco começam as chuvas e muita gente vai perder roupas e coisas de casa, então já está tudo organizado para quando precisarmos doar.

Ah, e hoje falei com o Michael, o americano que dá aulas de carpintaria na ONG, mostrei pra ele o que eu queria fazer na minha casa e ele disse que vai fazer pra mim e só vai cobrar a madeira!! Uebaaaa!! Daqui a pouco a casa vai estar linda!

Aproveitando vou colocar algumas outras fotos de coisas diversas...

As primeiras são de um almoço que fizemos sábado na casa da Anna, a australiana que eu vou substituir. Ela mora nesse mesmo conjunto de casas que eu.

Essa é a Mayrlin, da República Dominicana, ela cuida do projeto de costura e alguns outros projetos com mulheres da região.

Essa é a Anna.
Essa é a Christine, uma americana que cuida do projeto de educação.

Por algum motivo não consegui subir as outras fotos das outras pessoas, depois eu coloco.

Agora algumas imagens da região...

Esse dia não estava tão bom para tirar fotos, porque não estava muito claro, mas mesmo assim dá pra ter uma idéia.
Essa é a pontezinha que eu atravesso pra chegar na cidade. O rio ainda está seco, mas daqui a pouco começam as chuvas e essa ponte alaga, vou ter que usar a outra.


Esse dia fomos visitar um outro povoado aqui perto, tirei essa foto na volta (bem desinteressante na verdade).


Essa é a entrada de Panajachel pela estradinha que vem de Sololá, uma cidade um pouco maior. Por incrível que pareça, as estradas são super boas.

Aí está o rio novamente, super seco, e as montanhas que cercam a cidade.


E por fim, esse foi o almoço de despedida da Stephanie, a menina que foi embora hoje. Uma fofa por sinal.
Já é o segundo almoço comunitário desde que eu cheguei, então parece que eles são bem festeiros mesmo.

Essa é a parte da frente do nosso escritório. Tem um pátio enorme e eles arrumaram as mesas e as cadeiras pra caber todo mundo.


A loirinha é a Stephanie, a americana que foi embora. A de vermelho é a Sharon, australiana, dona da ONG, e a baixinha é a Susie, americana, um amor de pessoa, mas hiperativa, tá sempre correndo de um lado pro outro como se o mundo fosse acabar em minutos.


Por enquanto é só, assim que eu tiver mais novidades ou mais fotos eu coloco aqui!

Beijos a todos!

Finalmente a minha casinha

Nossa, fiquei impressionada com o número de pedidos que eu recebi pra colocar fotos da minha nova casa aqui no blog. Eu ia esperar mais umas duas semanas, até que eu conseguisse arrumá-la um pouco melhor, mas pra matar a curiosidade de vocês, vou colocar assim mesmo e mais pra frente eu faço um antes e depois.

Mas antes de ver as fotos, vocês precisam considerar uma coisa MUITO importante: Eu estou vivendo no interior da Guatemala, uma região onde a maioria das casas é feita de barro e as pessoas são muito pobres, então por favor não criem grandes expectativas e lembrem-se que para o padrão local essa casa está acima da média.

Então vamos lá...

Eu moro em uma espécie de condomínio com apenas 3 casas, em uma espécie de bairro chamado Jucañan. A cidade de Panajachel é cortada por um rio (que desemboca no lago), eu moro do outro lado do rio, ou seja, o lado que não é turístico, é residencial. Isso significa que eu tenho que andar 5 minutos a mais pra chegar no centrinho (do outro lado do rio). Eu levo 15 minutos pra andar até o meu trabalho, que também está do outro lado do rio.

Esse é o jardim que fica no fundo da minha casa. A dona das casas que cuida dele, eu não preciso me preocupar com isso.

Esse é o fundo das casas, não conheço ainda quem mora na casa do meio (a que tem as cadeiras vermelhas), mas na última casa moram duas meninas que trabalham comigo (mas as duas estão indo embora daqui a pouco).

Essa é a frente das casas, e lá no fundo tem um portão e um muro que cercam o "condomínio", então é bem seguro aqui.

Esse é o lugar onde eu trabalho em casa, o balcão da cozinha.

Essa é a minha sala. por enquanto ela está pobrinha e feinha, mas eu já estou providenciando uns almofadões pra colocar no chão (onde está esse banco), e o banco vai ficar ali na frente da janela. Também já estou planejando uns enfeites pra parede, que eu mesma vou fazer, com a ajuda de uma menina que trabalha comigo.

Essa é a vista da porta da entrada, a cozinha e depois a sala. Essa porta fechada é o meu quarto.

Essa é a minha cozinha, que também está meio feinha, mas eu já tenho planos para ela também. Esse fogão (que na verdade são só as bocas, não tem forno), vai ficar naquela bancada do lado da pia e embaixo da pia vai ter uma espécie de cortina, porque tá muito feio ali embaixo.

Essa é a minha porta da entrada (que dá na cozinha). Eu queria tirar uma foto com o beija flor que tá sempre nessa planta, mas ele foi mais rápido.

Ah e ali do lado da porta está pendurada minha sacola de compras, porque até aqui, no meio do nada, eles evitam o uso de sacolinhas plásticas!!!

Esse é o meu quarto. Em breve eu colocarei uma cama de casal e essa cama vai para o outro quarto. O cobertor de oncinha veio do Brasil, presente da minha mãe. E os lençois (e toalhas de banho) foram presente do meu pai.

Uma coisa curiosa aqui é que as cortinas são sempre transparentes, em todas as casas. Então as 6 da manhã já tá aquela claridade.

Ah, acho que eu não contei, mas na outra casa que eu tava eu fui atacada por pulgas!!! Todo dia eu tinha milhões de picadas, mas só vim a descobrir que eram pulgas recentemente. Felizmente aqui não tem pulgas e nem muitos insetos (o que também é muito raro na região).

Esse é o meu armário para o momento, em breve isso também será resolvido.

Esse é o quarto de hóspedes. A cama que está no outro quarto virá para cá em breve e farei umas outras mudancinhas.

E finalmente o banheiro, que para os padrões locais é um luxo. O chuveiro é melhor que a maioria e a água funciona perfeitamente.
A única coisa chata é que não dá pra escovar dentes com água da torneira, tem que usar água filtrada, porque parece que a água aqui não é bem tratada. Mas esse é um problema do país, não da minha casinha.

Então é isso, estou super feliz com a minha casa nova e nem tenho medo de dormir sozinha no escuro (o que é um avanço enorme).

Assim que eu fizer as arrumações que eu quero na casa eu coloco novas fotos pra vocês verem como vai ficar legal!

Notícias do trabalho!

Eu sei que pra muitos (digamos que pra quase todo mundo), é muito difícil dizer porque eu decidi trocar uma vida de conforto e facilidades em São Paulo pra morar no interior da Guatemala e cuidar de famílias Maias, mas eu quero que todos saibam que eu tô muito, mas muito feliz.

E cada vez que eu vou aprendendo mais coisas sobre o meu trabalho, sobre os Maias e principalmente quando eu vejo o bem que nós estamos fazendo para essas pessoas eu fico literalmente rindo sozinha.

Eu não vou ficar aqui tentando explicar porque isso me faz feliz porque eu acho que a felicidade é uma coisa muito particular e cada tem que buscar aquilo que lhe faz bem, seja ganhar dinheiro, viajar, fazer compras, casar, enfim, qualquer coisa. Mas aqui eu tô descobrindo que eu estava muito enganada sobre o que me fazia feliz.

Estar nesse lugar tão diferente, onde as coisas são muito simples, não existe vaidade e as pessoas se alegram com coisas tão pequenas, eu tô descobrindo um lado meu que eu não sabia que existia. E saber que eu posso estar bem com muito pouco é bom demais.

Pra vocês terem uma idéia, eu vou receber U$ 450 por mês e isso é suficiente para levar uma vida boa aqui. Acabei de alugar essa casa que eu amei por U$ 160 por mês, imagino gastar mais uns U$ 150 com comida (isso incluindo um vinhozinho e outras coisas extras) e ainda sobra uns U$ 150 pra viajar, sair, comer fora, fazer coisas legais...

Enfim, essa introdução não tava no script, eu queria mesmo era compartilhar com vocês um trabalho que eu fui fazer ontem e que me deixou extremamente feliz.

A história é da Cristobalina, menina de 15 anos, muito pobre, que mora numa vila bem remota (uns 40 minutos de onde eu moro, lembrando que o transporte público aqui não é muito bom). O pai dela tem tantos filhos que nem soube dizer exatamente quantos eram, disse que eram uns 10. Essa menina foi eletrocutada no ano passado e tiveram que amputar os dois braços dela e ela teve sérias queimaduras pelo corpo, principalmente nas pernas.

Na época a ONG conseguiu para ela uma cadeira de rodas, atendimento médico e um ano de comida para a família toda. Mas agora o tio dela foram até o nosso escritório pra dizer que ela precisava de ajuda, que eles não estavam dando conta de cuidar dela e prover pra família toda.

Fomos até lá e vimos que ela é super bem tratada pela família toda, mas eles realmente não tem condições de cuidar de tudo. Entregamos uma boa quantidade de comida e voltamos com a promessa de que iríamos tentar ajudá-la o máximo possível.

O que fizemos então foi colocar a história dela no blog e dizer quanto dinheiro ela precisa para ser transportada para o hospital, para fazer fisioterapia e para comida para a família dela. Com certeza até segunda já teremos doações ou o que é mais provável, alguém que adote a menina e dê a ela tudo que ela precisa. Na verdade tudo o que ela precisa custaria no máximo U$ 400.

É muito impressionante ver a quantidade de pessoas que quer ajudar. Sempre que a gente coloca uma história no blog imediatamente aparece alguém para ajudar.

Bom, pra quem ainda tá acordado, aí vão algumas fotos.

Essa é a Carina, a irmãzinha mais nova dela.

A vila onde eles moram.

A irmã dela com a irmãzinha.

Algumas crianças da vila.

E essa é uma parte da família dela (a que estava em casa), recebendo a doação de comida. Tenho outras fotos mais chocantes, que mostram os machucados dela, mas achei melhor não colocar aqui, porque a idéia não é chocar ninguém e nem despertar pena, só queria mesmo que todo mundo entendesse mais ou menos o que eu tô fazendo.

Se alguém tiver interesse em tirar umas férias e vir fazer trabalho voluntário aqui será muito bem recebido e quem quiser vir só pra passear também!!

Em breve mando mais notícias e fotos da minha casa nova!!!

Milhão de beijos a todos!

Achei uma casa!!!

E uma casa muito legal!!

Pros padrões da Guatemala a casa é excelente, a localização é boa, está mobiliada e tem praticamente tudo o que eu preciso, mas óbvio que eu vou querer dar os meus toques pessoais...

Pra explicar melhor como funcionam as coisas aqui, existem algumas coisas que são muito difíceis de encontrar em uma casa. Os banheiros geralmente são minúsculos, mal feitos e fora da casa, muitas cozinhas não tem pia, as casas cheiram mofo e as duas coisas principais, segurança e não alagamento.

Basicamente essa casa que eu achei tem tudo isso, a cozinha é muito fofa, cozinha americana com balcão e dois bancos, pia, um mini freezer (talvez mais pra frente eu tenha que arrumar um maior), um fogão sem forno (que é meio padrão aqui, mas talvez eu tenha que arrumar um com forno depois), banheiro dentro da casa e super arrumadinho, água quente, super arejada, super segura porque é um mini condomínio de 3 casas com um portão cercando tudo e um bom sistema de escoamento para as chuvas (a menina que trabalha comigo tava lá na época das chuvas do ano passado e disse que não alagou). E o aluguel é bem barato, R$ 250 por mês com água incluído, eu só tenho que pagar a eletricidade e o gás, mas isso não é muito caro.
O mais legal é que tem dois quartos, então eu já tô pronta pra receber visitas!!!

O que eu vou ter que arrumar por aqui é uma cama de casal, um sofá, uma cortina pra sala e um espelho (nenhuma casa aqui tem espelho). Mas tudo isso é bem barato, então não vai dar muito trabalho pra arrumar direitinho e depois eu vou dando meus toques pessoais, pra ficar com cara de lar, mas acho que todo mundo que vier me visitar vai adorar!!

Amanhã vai rolar um jantar aqui na minha casa, então eu já mudo na quinta!!

Agora quero ver quem vai ter coragem de não vir me visitar!!!
Beijocas!

Primeiro dia de trabalho

Na verdade eu já tinha ido trabalhar na sexta, mas foi um dia meio confuso, cheio de comemorações (estávamos comemorando o aniversário de divórcio de uma das pessoas), eu tive que sair algumas vezes pra resolver coisas, então vou considerar hoje o primeiro dia.

A pessoa que eu vou substituir, a Anna, é uma australiana super fofa (também tem uma Anna australiana que mora aqui na casa, mas são pessoas diferentes) e é super paciente pra me ensinar tudo e explicar as coisas nos detalhes.

Vou tentar resumir a coisa toda.
A ONG tem 4 grandes programas que são: Educação, Apoio à família, um projeto de costura e um de animais (basicamente cachorros e gatos).
Eu serei responsável pelo programa da família. Dentro dele existem alguns subprogramas, como por exemplo o de levar alimentos diários a idosos que não tem condições de comprar, construir fogões e cozinhas em casas que não tenham, dar leite para crianças quando a família não tem condição e o maior de todos que é o de apoio a problemas de saúde.

O que acontece é que as pessoas aparecem na ONG com os seus problemas e eu e uma estagiária que vai trabalhar comigo fazemos as entrevistas com essas pessoas para entender qual é o seu problema. Depois mandamos um grupo de guatemaltecos visitar as casas dessas pessoas, ver as condições em que vivem e tirar umas fotos. Com isso em mãos, decidimos em que programa a pessoa entra e como vamos fazer para ajudar. Caso o problema seja médico, mandamos alguém da ONG acompanhá-los a consulta, ou fazemos o devido encaminhamento.
Para os casos em que sejam necessários "padrinhos", ou seja, alguém para financiar as famílias, colocamos as histórias deles no blog da ONG e por incrível que pareça, na maior parte das vezes aparece alguém para ajudar.

Depois tem o trabalho de acompanhamento, ver como as famílias estão, se estão sendo bem atendidas, se estão utilizando corretamente o que lhes foi dado ou o que quer que seja. Nesse caso vamos pessoalmente a casa das pessoas e vemos como está a situação.

Hoje de manhã logo cedo fomos visitar uma família que mora em uma vila e que tem uma filhinha com paralisia cerebral, pra ver como ela estava sendo atendida e se teríamos que intervir com a clínica que a estava atendendo.

Depois chegou uma outra senhora que tinha um marido doente e ela não podia trabalhar porque precisava ficar cuidando dele e assim ela não tinha dinheiro, enfim, durante o dia todo atendemos pessoas, colocamos no blog e falamos com os padrinhos.

O mais legal é que os padrinhos recebem notícias frequentes das pessoas que eles ajudam. Sempre mandamos fotos e atualizações das situações, assim eles sabem que o dinheiro deles está sendo bem utilizado.

O ambiente de trabalho é muito legal, super descontraído e as pessoas estão trabalhando por um mesmo objetivo, que é ajudar os outros, então não tem aquela competição do mundo corporativo de um querer mostrar mais trabalho do que o outro ou coisas assim.

Amanhã vou tirar umas fotos e coloco aqui, mas tudo é muito legal e eu tô adorando, acho que vai ser uma experiência inexplicável!!

Aproveitando, quero contar que amanhã vou ver uma casa que parece muito promissora. A casa que eu estou é legal, mas o problema é que tem dois gatos e um deles é muito chato. No começo não me incomodou tanto, mas agora já tá me enchendo um pouco, eu nunca gostei muito de gatos mesmo.

E a minha mala chegou!! Já está em casa sã e salva!!!

Beijos!

Minha casa e mais poucas fotos

Oi gentem!!

Hoje é sábado a tarde aqui em Panajachel. Saí pra dar uma caminhada de manhã e conhecer melhor a cidade, fiz almoço, assisti um filme e agora resolvi escrever um pouco aqui, só pra deixar a coisa mais interessante e pra vocês não me abandonarem, mas novidade mesmo não tem ainda.

Vou começar mostrando a casa onde eu estou morando no momento. A casa é bem legal e as pessoas também e eu quero ficar aqui umas duas semanas, mas depois eu quero morar sozinha.

Esse é o meu quarto, super grande e com uma cama super confortável.


Esse é o meu guarda-roupa, que está sendo pouco utilizado já que a minha outra mala ainda não chegou.
Esse é o quintal que a casa tem na frente, com uma salinha do lado de fora, super legal.

Essa é uma parte da sala (meu quarto é naquela porta lá no fundo)

A cozinha americana
E a outra parte da sala.
Estou super bem instalada e confortável, não tenho do que reclamar. Bem diferente de quando eu cheguei na Austrália, que tive que ficar 10 dias num albergue, mudei para uma casa, não gostei e tive que mudar de novo.

Hoje de manhã dei uma andada por outros lados da cidade e tirei mais algumas fotitos.




Como vocês podem ver, a cidade é rodeada de montanhas, é bem bonito.

Por enquanto é isso, espero em breve ter coisas mais interessantes para mostrar e contar.

Beijo e bom finde!

Primeiras noticias da Guatemala!!!

Olá pessoas queridas!! Já estou em terras guatemaltecas...

A viagem pra cá foi ok, meio cansativa, perderam uma das minhas malas (que ainda não chegou), a imigração dos EUA é um saco (e olha que eu tava em trânsito), mas nada disso importa, quero contar mesmo das coisas interessantes!

Bom, assim que eu saí do aeroporto já tinha um guatemalteco, funcionário da minha ONG me esperando com uma plaquinha (uma delícia quando alguém vai te buscar num aeroporto estranho). O nome dele é Rodolfo e ele vai ser meu ajudante nas traduções do espanhol para as línguas indígenas.

Fui direto para a ONG para já conhecer as pessoas. São 60 funcionários!!! Me apresentaram um monte de gente, mas eu não lembro o nome e as caras de todos, mas mesmo assim adorei, todo mundo super receptivo e feliz. O escritório é bem grande, meio bagunçado e super simples, mas pareceu um ambiente super legal pra trabalhar (bem diferente do que eu tô acostumada...).

Depois eles me trouxeram para a casa onde eu vou ficar até alugar uma só pra mim. Aqui moram duas australianas, a Mathilda e a Ana. A Mathilda tem uns 55 anos e é a dona da casa, a Ana tem a minha idade (super jovem) e é uma fofa, as duas são. Fui super bem recebida e já me sinto em casa.

Ontem fui dormir cedo porque tava exausta e hoje a Sharon, dona da ONG me deu um dia de folga pra eu me adaptar, arrumar as minhas coisas, conhecer a cidade e descansar e foi ótimo.

Logo cedo fui no mercado (foto abaixo) comprar frutas e vegetais e depois no supermercado comprar cereal, iogurte e essas coisas do dia a dia. Até já cozinhei na hora do almoço.


Passei a maior parte da tarde em casa conversando com as australianas. Depois a Ana me levou pra fazer um tour pela cidade, me mostrar os melhores lugares pra tomar café, comer, sair, comrpar coisas, farmácias... tem de tudo aqui.

Aliás, olha só com o que eu me deparei, uma loja de chocolate chamada Dina!!! Eu não poderia estar em melhor lugar!! (A Ana me disse que a Dina da loja é mexicana).

E essas são algumas fotos da cidade, que é bem arrumadinha!




Amanhã de manhã já vou trabalhar... vamos ver no que dá.

E amanhã mesmo já vou comprar um celular e a minha própria internet (que essa é emprestada)

E loguinho coloco mais fotos!!!

Beijos a todos!

Uma vida em duas malas de 23kg

Essa era a minha missão ao começar a arrumação das malas.

Eu vou de Tam de São Paulo até Miami e o limite é maior, mas de Miami até a Guatemala eu vou de American Airlines e o limite cai pra duas malas de 23kg cada.

Bom, comecei a arrumação separando as minhas coisas em três pilhas diferentes, no meu quarto (foto abaixo) eu coloquei as coisas que eu ia levar (mas aí na foto tá só uma parte das coisas), no quarto da minha mãe as coisas que eu levaria se sobrasse espaço e no do meu irmão as coisas que eu não iria levar.

Bom, a separação foi difícil, mas finalmente eu consegui deixar as três pilhas razoavelmente organizadas... aí veio o problema, colocar as coisas dentro das malas...

O que me salvou foram esse sacos a vácuo. Não sei se vocês conhecem, mas é um saco plástico que você coloca as roupas dentro, fecha bem e com o aspirador de pó puxa todo o ar (por um buraco que tem em cima). O saco plástico fica bem menor no fim do processo...

Mas ainda assim não foi suficiente e eu tive que pular em cima da mala e fazer malabarismo pra fazer ela fechar.

Eu tenho uma mala bem grande e uma um pouco menor, então eu coloquei na mala menor as coisas que eu vou usar nos próximos 15 ou 20 dias e o resto na mala grande, assim quando eu chegar lá eu só preciso abrir a pequena, quando eu tiver um lugar pra morar eu abro a outra.

Bom, esse foi o resultado final, duas malas enormes e o objetivo NÃO foi alcançado, as duas malas têm mais de 23kg e provavelmente eu vou ter que pagar excesso de bagagem.

Eu sei que as malas estão meio sujas, mas essas são as mesmas que foram pra Austrália, então elas estão bem viajadinhas...

Ainda tenho amanhã e tô até considerando abrir as malas e tirar algumas coisas, mas isso vai depender do meu humor amanhã, porque agora eu tô exausta, passei a tarde inteira fazendo isso.

E amanhã meu vôo sai as 23:55... todo mundo torcendo pra dar tudo certo!

Beijo

Eu e a Guatemala

Como eu sei que a Guatemala não é um país muito popular e a América Central é uma confusão, vou começar com um mapinha pra mostrar pra eu onde eu vou.

A Guatemala é esse país verde escuro no mapa. Faz fronteira com o México ao Norte, Belize ao Leste e Honduras e El Salvador ao Sul.
Para chegar lá a maioria dos vôos faz escala em Miami (estou falando isso pra incentivar as visitas). Em geral o tempo total de viagem é de 12hs.
E a Guatemala está 3 horas atrás do Brasil, muito mais fácil pra se comunicar do que a Austrália!
O país tem quase 15 milhões de habitantes e a capital é Guatemala City.
A cidade onde eu vou morar chama-se Panajachel e fica a uma distância de 3hs de carro da capital e 1,5hs de carro de Antigua, a segunda maior cidade.
Pelo que eu já pesquisei, Panajachel tem 30 mil habitantes e está situada em uma região de montanhas. É uma cidade super turística por ter o lago Atitlan, o que é legal porque apesar de pequena a cidade é movimentada e tem uma certa estrutura.
Já me disseram que de Maio a Setembro é a época das chuvas e que chove todo dia, inclusive me recomendaram levar bota de chuva (a última que eu tive acho que eu tinha uns 6 anos).
Por enquanto é isso que eu sei, quando eu chegar lá dou mais detalhes e mando fotos.

Em relação ao meu trabalho... vou trabalhar para uma ONG que se chama Mayan Families, pra quem tiver interesse, o site é www.mayanfamilies.org.
O meu cargo é Family Aid Coordinator, que seria algo como Coordenadora de Suporte às famílias.

Essa ONG trabalha com as famílias Maias da região (os Maias são o povo indígena da Guatemala). Eles trabalham basicamente em 4 frentes: Moradia, saúde, educação e alimentação.
Eles me falaram sobre o meu trabalho e as minhas atividades (que eu amei), mas eu prefiro começar pra depois contar pra vocês, mas já posso adiantar que eu vou fazer coisas interessantíssimas,

Por enquanto é isso, já tá bom considerando que eu nem cheguei lá :)

Beijos
Dina

Um novo começo

Tudo que eu escrevo aqui é sem rascunho. Não lembro bem o que eu tinha escrito ontem, mas farei um novo começo, o que aliás, tem tudo a ver com esse momento.

Pra quem estava acompanhando o meu blog da Austrália, no último post que eu coloquei lá eu escrevi: "Quando eu sai do Brasil, nao tinha ideia do que ia acontecer comigo e do quanto eu ia aprender, conhecer e viajar e agora eu volto para o Brasil na mesma situacao, sem saber o que vai acontecer comigo, o que eu vou fazer e o que me espera, da um pouco de medo, eh verdade, mas mais que tudo, me da muita curiosidade e eu ja nao vejo a hora de voltar."

Agora eu já sei o que vai acontecer comigo, quer dizer, mais ou menos, mas eu sei que não vou estar no Brasil por um tempo.

Como todos já devem saber, o novo destino dessa viajante sem fim é a Guatemala, mas dessa vez o propósito é outro e eu já vou explicar.

Na Austrália eu fiz um mestrado em Paz e Resolução de Conflitos (sim, isso existe) e durante os meus estudos eu decidi que gostaria de trabalhar com peacebuilding que é a reconstrução de países pós guerra. No meu último semestre eu tive que fazer um trabalho sobre o papel das mulheres antes, durante e depois das guerras e tive que eleger dois casos para analisar... aleatoriamente eu acabei escolhendo a Guatemala. Até então eu não sabia absolutamente nada sobre esse lugar, pra ser bem honesta eu nem sabia direito onde ficava esse país no mapa, mas ao longo das minhas pesquisas eu me encantei com o povo maia, a cultura as histórias e foi nesse momento, em Setembro de 2010, que eu decidi que algum dia trabalharia lá.

Pra resumir a história toda, depois disso eu acabei o mestrado viajei e finalmente voltei pro Brasil. Fiquei um tempo meio perdida, sem saber o que fazer. Na verdade eu sabia o que fazer, mas estava com um pouco de medo, até que criei coragem e comecei a procurar por trabalhos em ONGs na Guatemala e encontrei esse que eu adorei (depois eu falo sobre ele).

Confesso que foi preciso coragem para renunciar à possibilidade de ganhar dinheiro, voltar pro meu apartamente, estar perto dos meus amigos e da minha família e levar uma vida normal, mas eu não estava feliz aqui e não seria feliz voltando para essa mesma vida. Não posso garantir que eu vou ser feliz agora, mas estou muito contente de estar tentando.

O que eu sinto nesse momento não é medo, é muito mais uma curiosidade e ansiedade de não saber absolutamente nada do que está por vir. Medo mesmo eu sinto de me acomodar, aceitar o que todo mundo me diz, que ninguém nunca consegue ser plenamente feliz, que a gente precisa se contentar com o que tem e coisas assim. Medo dá quando eu penso na rotina, no trânsito, nas multidões e no quanto a gente aceita tudo isso como se fosse normal viver assim. Bom, se isso é ser normal então eu nasci no planeta errado :)

Enfim, na terça-feira embarco para a Guatemala, para mais uma aventura que eu vou compartilhar aqui com quem quiser ler e saber. Vou colocar muitas fotos e contar muitas histórias, espero que todo mundo se divirta e viaje comigo, mesmo que a distância.

Mais uma vez bem vindos!
Um beijo,
Dina

Exercitando a paciência

Tudo que eu tinha escrito antes aqui foi apagado e não foi por mim não, foi problema técnico do servidor do blog (ou seja lá como se chama isso).

Mas como agora eu sou uma pessoa zen, vou superar esse fato e escrever tudo de novo, antes de viajar eu termino.

De qualquer forma bem vindos ao novo blog!

Beijo
Dina