quinta-feira, 26 de maio de 2011

Notícias do trabalho!

Eu sei que pra muitos (digamos que pra quase todo mundo), é muito difícil dizer porque eu decidi trocar uma vida de conforto e facilidades em São Paulo pra morar no interior da Guatemala e cuidar de famílias Maias, mas eu quero que todos saibam que eu tô muito, mas muito feliz.

E cada vez que eu vou aprendendo mais coisas sobre o meu trabalho, sobre os Maias e principalmente quando eu vejo o bem que nós estamos fazendo para essas pessoas eu fico literalmente rindo sozinha.

Eu não vou ficar aqui tentando explicar porque isso me faz feliz porque eu acho que a felicidade é uma coisa muito particular e cada tem que buscar aquilo que lhe faz bem, seja ganhar dinheiro, viajar, fazer compras, casar, enfim, qualquer coisa. Mas aqui eu tô descobrindo que eu estava muito enganada sobre o que me fazia feliz.

Estar nesse lugar tão diferente, onde as coisas são muito simples, não existe vaidade e as pessoas se alegram com coisas tão pequenas, eu tô descobrindo um lado meu que eu não sabia que existia. E saber que eu posso estar bem com muito pouco é bom demais.

Pra vocês terem uma idéia, eu vou receber U$ 450 por mês e isso é suficiente para levar uma vida boa aqui. Acabei de alugar essa casa que eu amei por U$ 160 por mês, imagino gastar mais uns U$ 150 com comida (isso incluindo um vinhozinho e outras coisas extras) e ainda sobra uns U$ 150 pra viajar, sair, comer fora, fazer coisas legais...

Enfim, essa introdução não tava no script, eu queria mesmo era compartilhar com vocês um trabalho que eu fui fazer ontem e que me deixou extremamente feliz.

A história é da Cristobalina, menina de 15 anos, muito pobre, que mora numa vila bem remota (uns 40 minutos de onde eu moro, lembrando que o transporte público aqui não é muito bom). O pai dela tem tantos filhos que nem soube dizer exatamente quantos eram, disse que eram uns 10. Essa menina foi eletrocutada no ano passado e tiveram que amputar os dois braços dela e ela teve sérias queimaduras pelo corpo, principalmente nas pernas.

Na época a ONG conseguiu para ela uma cadeira de rodas, atendimento médico e um ano de comida para a família toda. Mas agora o tio dela foram até o nosso escritório pra dizer que ela precisava de ajuda, que eles não estavam dando conta de cuidar dela e prover pra família toda.

Fomos até lá e vimos que ela é super bem tratada pela família toda, mas eles realmente não tem condições de cuidar de tudo. Entregamos uma boa quantidade de comida e voltamos com a promessa de que iríamos tentar ajudá-la o máximo possível.

O que fizemos então foi colocar a história dela no blog e dizer quanto dinheiro ela precisa para ser transportada para o hospital, para fazer fisioterapia e para comida para a família dela. Com certeza até segunda já teremos doações ou o que é mais provável, alguém que adote a menina e dê a ela tudo que ela precisa. Na verdade tudo o que ela precisa custaria no máximo U$ 400.

É muito impressionante ver a quantidade de pessoas que quer ajudar. Sempre que a gente coloca uma história no blog imediatamente aparece alguém para ajudar.

Bom, pra quem ainda tá acordado, aí vão algumas fotos.

Essa é a Carina, a irmãzinha mais nova dela.

A vila onde eles moram.

A irmã dela com a irmãzinha.

Algumas crianças da vila.

E essa é uma parte da família dela (a que estava em casa), recebendo a doação de comida. Tenho outras fotos mais chocantes, que mostram os machucados dela, mas achei melhor não colocar aqui, porque a idéia não é chocar ninguém e nem despertar pena, só queria mesmo que todo mundo entendesse mais ou menos o que eu tô fazendo.

Se alguém tiver interesse em tirar umas férias e vir fazer trabalho voluntário aqui será muito bem recebido e quem quiser vir só pra passear também!!

Em breve mando mais notícias e fotos da minha casa nova!!!

Milhão de beijos a todos!

2 comentários:

  1. Que bom que você se achou, ou está se achando.
    Muito mais importante do que o que os outros pensam ou deixam de pensar é o que você está vivendo e o que isso representa para você.

    Deixar para trás uma vida de conforto para ajudar pessoas desconhecidas a viverem melhor é uma atitude muito muito humana.

    Boa sorte!
    beijo,
    Ana

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  2. Lindo trabalho, Dina! parabens! beijos

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